Fier lidera na ilha do gelo

O mais ativo dos GMs brasileiros atinge outro ponto alto em sua carreira: com 5.5/6, Alexandr Fier (2601) lidera o Aberto de Reykjavik!
Entre 10 e 18 de março a capital islandesa sedia o aberto que reúne 35 GMs – incluindo os top 30 Pavel Eljanov (2727), David Navara (2736) e Shakhriyhar Mamedyarov (2756). Até a 6ª rodada, Fier concedeu apenas um empate (contra o GM chinês Gao Rui, 2533) e tem o melhor desempate entre os líderes do torneio após expressiva vitória sobre o GM indiano Abhijeet Gupta (2625), com pretas. Na 7ª rodada o brasileiro enfrentará o ucraniano Pavel Eljanov – a partida pode ser acompanha ao vivo a partir do meio-dia de hoje.
O Aberto de Reykjavik é o 3º na sequência de fortes torneios em que o brasileiro toma parte. O tour começou com o fortíssimo Aberto de Moscou (29 de janeiro a 9 de fevereiro), em que Fier fez 5.5/9. Apesar das 4 vitórias e do empate com o forte GM Anton Korobov (2687), derrotas frente aos MIs Vladimir Zakhartsov (2421) e Vasily Usmanov (2414) rebaixaram a performance do brasileiro, que perdeu 10 pontos de rating.

Moscou não sorriu para o brasileiro
Na sequencia veio o tradicional Capelle la Grande (28 de fevereiro a 7 de março) que contou com a presença, entre os 555 (!!) participantes, de outros dois brasileiros – o MI Yago Santiago (2408) e o GM Krikor Mekhitarian (2558). Os resultados aqui foram mais animadores: Fier e Krikor conquistaram 6.5/9 e ficaram com a 11ª e 6ª colocação, respectivamente, enquanto Yago fez 6.0/9.

Fier e Krikor se enfrentam em Capelle
Antes disso, em dezembro, Fier esteve em Londres para competir no Aberto de Londres e também no famoso Congresso de Hastings, no qual foi 3º colocado. E não pára por aí: segundo entrevista concedida para o Chessdom, durante o Grand Prix da FIDE em sua atual cidade, Tbilisi, Fier afirmou que em breve jogará em Skopje, na Macedônia, e no Aberto de Dubai, na Arábia Saudita. Segundo o brasileiro, é hora de por mãos à obra.
As performances, evolução e ganhos de rating de Fier refletem a importância da experiência em torneios de alto nível – pouco frequentes nas bandas de cá. Em qual torneio sulamericano, além do continental das Américas, seria possível enfrentar um field com vários GMs 2600+ (e até 2700+)? É difícil esperar que os demais GMs brasileiros, vanguarda do xadrez nacional, tenham condições de conquistar um espaço entre os melhores do mundo jogando apenas torneios nacionais ou regionais. Neste aspecto, Alexandr “no fear” Fier representa uma liderança entre seus pares e uma esperança para o xadrez brasileiro – há muito carente de representatividade internacional.